Faz 300 anos
que
esta tristeza
nos raspa como navalha
e
nos sentencia a túmulos
nos assola como indigentes
suga nosso
pulsante viver
e espalha aos ventos
nosso sangue
em jorros alucinantes
de chicotes mil
e nos oqueia
e nos boqueia
ocos
em um mundo de profundo maquinário
somos mortos de almas anavalhadas
pelo ego dos altos
para o gozar glorificado
incitado
dos claros
cadê a matéria-viva
de minha poesia?
matares todos com
tua afiada navalha?
e nestas
desfiguradas entranhas
agora
aquilombadas
preencho
em guerra-auto-declarada
esta oquidão.
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