Faz 300 anos
que
esta tristeza
nos raspa como navalha
e
nos sentencia a túmulos
nos assola como indigentes
suga nosso
pulsante viver
e espalha aos ventos
nosso sangue
em jorros alucinantes
de chicotes mil
e nos oqueia
e nos boqueia
ocos
em um mundo de profundo maquinário
somos mortos de almas anavalhadas
pelo ego dos altos
para o gozar glorificado
incitado
dos claros
cadê a matéria-viva
de minha poesia?
matares todos com
tua afiada navalha?
e nestas
desfiguradas entranhas
agora
aquilombadas
preencho
em guerra-auto-declarada
esta oquidão.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
sábado, 21 de janeiro de 2017
Gloomy Sunday
“..My heart will never hope for a new spring again
My tears and my sorrows are all in vain
People are heartless, greedy and wicked...
Love has died!
The world has come to its end, hope has ceased to have a meaning
Cities are being wiped out, shrapnel is making music
Meadows are coloured red with human blood
There are dead people on the streets everywhere
I will say another quiet prayer:
People are sinners, Lord, they make mistakes..”
Rezso Seress
e no banheiro
eu olhei
abismei
o segredo
paredes em
fluxos
gigantescos
chãos
flutuando
vida
em pico
de roda
gigante
embriagada em pó
overdose
irremediável
sentidos
se adormecem
não sinto
nada
sofrimento...
me.u..
oquidão
plena
surtos
surtos
sequenciados
sentidos
exau
ridos
emulados
em.podridão
essa
escuridão
me cerca
não há fugas
caço
leoa
em sangria
saídas ao subsolo
em busca
da velha luz
que me disseram
no velho bom
testemunho
que
um dia
aparece
no
fim
do
túnel
indiferença
a morte suspira
espera
não captastes
as cinzas em
meus olhos?
a linha fina
que me segura
na borda
do
precipício?
me suicido
em vida
silenciosa
silenciosa
naquela paisagem de sol
pra quebrar com
a farsa
dos dias claros
deste domingo
lúgubre
Vége a világnak!
pintura de Miguel Sanz Romero
pintura de Miguel Sanz Romero
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
40 minutos
a loucura
permeia
vozes
palavream
saídas
emuladas
em
emergência
pra
todos os lados
sons
graves
sussurros
fragmentados:
- se esvaeirá sua existência
em breve
palavreando
florais
de morte
está tudo bem?
eu deveria me
arear
contactar
nesse chorume
final?
e
se eu
lhe der minha arma
você atira?
e
se não atirar
eu deveria
apontar para mim?
mirar
não
rogo
chãos firmes
para pessoas
caírem
desfazerem
emulados
em
surtos
enlouquecidos
endereçados
gotas
salinas
sangue
precipicios:
os prantos
finais
está tudo bem para você?
meu chão assola
não suporto
essa
condição
mulheril
preta
marcada
em brasa
convivências
vivências
empobrecidas
escassas
dor
enterrada
balbuceando
sopros
batimentos
está tudo bem?
se eu lhe der minha
arma
você puxa o gatilho?
está tudo bem
para você?
atire
mire
nessa
insanidade
insalubre.
permeia
vozes
palavream
saídas
emuladas
em
emergência
pra
todos os lados
sons
graves
sussurros
fragmentados:
- se esvaeirá sua existência
em breve
palavreando
florais
de morte
está tudo bem?
eu deveria me
arear
contactar
nesse chorume
final?
e
se eu
lhe der minha arma
você atira?
e
se não atirar
eu deveria
apontar para mim?
mirar
não
rogo
chãos firmes
para pessoas
caírem
desfazerem
emulados
em
surtos
enlouquecidos
endereçados
gotas
salinas
sangue
precipicios:
os prantos
finais
está tudo bem para você?
meu chão assola
não suporto
essa
condição
mulheril
preta
marcada
em brasa
convivências
vivências
empobrecidas
escassas
dor
enterrada
balbuceando
sopros
batimentos
está tudo bem?
se eu lhe der minha
arma
você puxa o gatilho?
está tudo bem
para você?
atire
mire
nessa
insanidade
insalubre.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
29/05/2015
a morte
manta silenciosa
cobre
meu apodrecido corpo
odor prozaclitiano
aventeia nos ares urbanos
Minha morte: morfina
a congelar os ossos
dos humanos
a morte abafadamente
silencia
a voz
daqueles que nunca deviam ter morrido.
manta silenciosa
cobre
meu apodrecido corpo
odor prozaclitiano
aventeia nos ares urbanos
Minha morte: morfina
a congelar os ossos
dos humanos
a morte abafadamente
silencia
a voz
daqueles que nunca deviam ter morrido.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
centro-eu mundo
surtos emblemáticos
de ego
surtos amemorizados
de desafetos
lucidez de.rre.ten.do
em gotas xamânicas
desmancham a realidade
em contrastes violentos
perfuram a realidade ilusória
que a tanto
se apega
o surto da ilusão egocêntrica
o ego que não se desprende do centro
o centro-eu mundo
que desfavorece
qualquer
princípio de gota de amor
violência
física mortal
cabelos torturados
ao vento
marcas roxeanicas
sobre o corpo
marcas dos surtos
emblemáticos amemorizados
de ego
mundo capitalista
centro-eu mundo.
de ego
surtos amemorizados
de desafetos
lucidez de.rre.ten.do
em gotas xamânicas
desmancham a realidade
em contrastes violentos
perfuram a realidade ilusória
que a tanto
se apega
o surto da ilusão egocêntrica
o ego que não se desprende do centro
o centro-eu mundo
que desfavorece
qualquer
princípio de gota de amor
violência
física mortal
cabelos torturados
ao vento
marcas roxeanicas
sobre o corpo
marcas dos surtos
emblemáticos amemorizados
de ego
mundo capitalista
centro-eu mundo.
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