sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

manifesto preto

Para Eduardo Taddeo 

de pilhas e mais pilhas de corpos 
o sangue que jorra de indioafricanos
é a trilha de nosso revoltar
engritece em boca
pulsa nas mãos
a sede
a fome
pela revolução
a revolução estilhaçada por brancos
sepultada
ressuscitou no terceiro dia
em uma comunidade
cujos membros gritavam de horror
nas vielas imantadas de becos escuros
ao caminhar dos ventos
o odor floral das pilhas dos corpos
de jovens favelados
engritece no coração
pulsa na alma
a revolta
a vontade
dos descendentes
de sepultar todo opressor.

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